quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

COVAR(DIA) É SENTIR MEDO DA NOITE?




Hoje eu sinto medo de viver, sinto medo de mim, do que sinto e sei e de tudo aquilo que nem sei que estou sentindo.
Descontrolo pelos excessos que me faltam. Choro pelo que desconheço, por aquilo que lá no fundo determina as razões que me arrasam hoje.
Viver demais por dentro atrapalha a vida de fora. Hoje tenho medo do mundo, de qualquer mundo. Ontem eu também tinha. Fujo de mim e me escondo, mas me busco desesperadamente em realidades paralelas, sonhadas em via única, sem destino.
Máscaras imperfeitas que não se adequam à matriz. Um eu negado, relegado ao léu. É possível morrer em vida, a existência adoece quando se fragiliza.
Adoecer dói. Viver dói. Morrer também deve doer.
Não sei porquê escrevo, tampouco vejo sentido. Reflexo da vida que enxergo hoje: sem brilho, cor, direção. Eu não faço sentido nem quando sinto. E eu sinto sempre. Os dias me são escuros, sinto a noite sob o sol. Não a noite bonita, e sim a noite do vazio da lua. Noite sem lua é abismo. É silêncio aflito por não poder dizer.
Noite sem estrelas é dia sem sol.
Hoje eu só queria sentir menos e conhecer o brilho do sol à noite.
Não sei concluir...