terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Do que é breu e luz



Como lidar com os olhos que só enxergam a opressão? Excessos de realidade? Acessos à existência imaginária de uma ilusão excessivamente real?
E quando se acredita em um abismo imenso, mas que pode não ser tão grande assim? Apega-se à possibilidade (sem garantia alguma) de encontro com a dúvida?
E quando a vontade de morrer é maior que a de respirar, vale a covardia de não prender a respiração?
Como lidar com os choros que não acontecem? Inundam por dentro até o limite de não mais conseguir parar de chorar?

Lágrimas áridas sempre permeiam existências desérticas.
Um oásis de mortes específicas para quem não deseja sucumbir.

E quando a solidão é uma das maiores dores, mas você se fecha, enclausura e impede o acesso dos que gostam de você, ou os agride até se afastarem? Quer ou não quer cia.? Quer, mas expulsa? Não quer, mas pede colo?

Não é nada, tudo é muito pouco. Nem um nem (o) outro. O que fica.
Transbordos indicam o caminho de uma existência que vai além. Do limite à borda. Além da borda.
Compassos harmonizam o tempo à lógica do efêmero. Descompassos agridem a melodia da história. A alma canta o que a narrativa da vida faz questão de ferir.

O tempo não permanece. Permaneçamos nós.
O caminho é estreito. A alma engorda com o tempo.
Algum dia não haverá mais para onde correr, tampouco passar, sentir, insistir, desistir. Será o fim. Do que foi bom. Do que é caos. Da (v)ida.