terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mais ou menos

Quem menos sente, mais sorri.
Quem menos chora, mais se oprime.
Quem menos busca, mais se perde.
Quem menos ousa, mais se agride.
Quem menos é, muito finge.
Quem muito era, já se foi.
Quem muito vai, já era.
Quem muito menos, menos mais.
Mais amor, mais angústias.
Mais angústias, mais abismos.
Mais abismos, mais amor.
(...)
Quem muito existe, pouco vive.
Quem muito entende, pouco sabe.
Quem muito encontra, pouco escolhe.
Quem menos força, mais esforço.
Menos com menos é mais, segundo a matemática dos livros.
Ah, se fosse assim tão simples!  
Juntar os cacos e transformá-los em cactos.
Unir vazios, tornando-os presenças.
Desatar os nós e enlaçarmos nós.
Na multiplicação dos pães, um desejo secreto.
Na divisão dos peixes, o milagre.
Crede e verás! - diz o devoto que ora há horas,
Uma prece sem pressa, por um deus que adeus.