Era
uma vez uma história que nunca (me) aconteceu.
Era
uma vez uma história que nunca (te) aconteceu.
Era
uma vez o que nunca foi mesmo.
Era
uma outra vez tantas histórias não acontecidas.
Eram
tantas vezes, foram tantas histórias, que o não acontecido virou desejo para
sempre.
Era
uma vez o que foi para sempre.
E
foi para sempre o que uma vez era infinito.
E
foi uma vez que o para sempre virou saudade.
Do
que nunca aconteceu, do que foi e não é mais, do que permanece sendo.
Era
uma vez o que a saudade não dá conta de dizer...
Porque
a saudade, por ser saudade, sempre será uma vez. Única.
14 comentários:
Com ou sem fadas, os contos de nossas vidas terão sempre saudades reais e profundas de um "era uma vez" que nem "talvez" chegou a ser...
Lindo texto, Nanda!
Tenho vivido um conto sem fadas assim...
Às vezes acho que essas saudades pré-históricas e ancestrais são de uma dimensão tão distantemente grande que nem as palavras alcançam mesmo. Me identifico tanto com a tua escrita, Nanda, que dá vontade de achar um espacinho entre uma frase e outra e deitar quietinha lá, sabe?
Sentimos saudade do que nunca aconteceu, do que foi, do que será.
A saudade vive além...
Bjos
Ah eu sempre leio mesmo que não apareço!
Te ler provoca diversos tipos de reações, por vezes risos, por outros me faz pensar "Isso só a Nanda mesmo", por vezes pergunto onde tá guardado seu juízo, etc..
Mas olha gostei -> "Era uma vez o que a saudade não dá conta de dizer...
Porque a saudade, por ser saudade, sempre será uma vez. Única."
Nan, putz....................
Estou aqui, em estado de completa admiração pelo teu texto.
...................
Posso ficar quietinha........?
[...................]
Beijo.
<3
Ai, Nan, que texto tão... real. Pode, contos de fadas assim reais? Tristes e lindos e verdadeiros?
Se pode, vc acabou de escrever um.
Se não pode, também.
Lindo.
<3
Adorei, Nanda
Gostei do conto...
É tão doce.
Essa sensação que transborda no peito. Palavras tristes, saudades sentidas.
De tão sutil, abrilhanta um pouco toda a ternura que só a alma é capaz de oferecer.
Tão duro e verdadeiro que só quem põe o coração para escrever consegue fazer assim: de forma tão linda, sinfônica, que embala os nossos olhos.
Bailarina das palavras, você.
Que texto mais lindo e intenso!
Você como sempre dá um "nó" em meus pensamentos. Nos emaranhados contemplo a beleza de teus dizeres sem ao menos compreendê-los em sua mais completa definição. Sem bem que palavras nem sempre alcançam nossos desejos, creio que suas pernas sejam curtas.
Discordo que a saudade seja única, em mim há muitas... Se espalham por entre fotos, gavetas, armários e bolsas. Quisesse que o coração fosse um cofre para guardá-las em segurança.
Não sabes o bem que me faz ler teus textos.
Bjss
"era uma vez, eram duas vezes, eram três vezes..."
meu pai sempre começava as histórias assim, e eu não sei por que tô contando isso, mas me deu um sentimento nostálgico esse seu texto lindo.
E aquela saudade do que justamente nunca aconteceu?
Abraços.
O pior de tudo, é a saudade, do que sabe-se que nunca acontecerá!
Beijinhos&Brigadeiros,
LihSantos
Era uma vez um cara que resolveu procurar um bom blog pra ler e encontrou este dando sopa, ótimo o jeito que você escreve, parabéns, se possível dê uma olhada no meu Blog tb: http://versosdaconsciencia.blogspot.com.br
Beijos
Postar um comentário