quinta-feira, 26 de maio de 2011

O que não tem nome, remediado está

Às dores que não têm nome, que não cabem no peito, que se impõem soberanas diante de uma frágil alma...
Aos medos que não têm nome, que se fantasmagorizam no imaginário, por vezes não tão flutuante assim.  Reais, ilusórios, grandes, simbólicos, insubestimáveis, por cautela!...
Às angústias que não têm nome, indecifráveis e antigas conhecidas, que espremem um coração, que deixa de respirar pra permanecer batendo. Máximo esforço, mínima atividade. Eis a angústia de não saber o que se passa...
Aos vazios que não têm nome, fartos pelas faltas, cheios de nadas... hiatos, desejos, sonhos, escuros, cores e buracos.  São nomes que não nomeiam, pontos que não apontam, setas que perfuram sem direcionar...
Às desestruturas que não têm nome, aos despedaços perdidos ao léu... linhas e letras que não mais aderem, não conseguem (re)significar....
O papel tudo aceita, a vida não.  O silêncio clama um novo sentir, novas linhas escritas. Outras, não mais estas, .... não hoje, talvez num amanhã que ainda não tem nome...

7 comentários:

Bianca disse...

Seus pensamentos são tão complexos e ao mesmo tempo parecem tão óbvios....estou cada vez mais apaixonada pelas coisas que escreve!! Bianca.

Talita Prates disse...

O inominado é mesmo assustador.

Beijo!

Emerson Donizeti Batista disse...

Todo nome aprisiona um conceito que jamais deixará de ser impulso. Cabe ao poeta cercar-se de muitas palavras e celebrar-lhes a revolução do significado, deixando uma pausa de respiração como resposta.
Parabéns!

Atemporal disse...

É como se o vento soprasse em direção contrária às minhas vontades e derrubasse tudo o que trago em minhas mãos como oferta...
Como se a suavidade que tecia minha visão e meu sorriso, se rompesse, se desfizesse...
Como se meus passos se perdessem na poeira da estrada.
Tudo que "nos significam", podem ser tão contrários ao nosso suposto sentir e querer sentir! Talvez por isso o vazio.
Talvez por isso a estranheza daquilo que poderia ter sido (ou não)!
Talvez por isso as palavras que não cabem na vida e essa vida que não cabe nas palavras!
Belo Blog! Belas palavras!

Bel disse...

Deixando recadinho para dizer que passei por aqui...
Li... reli...
Pensei... repensei...
aiai...

Bjinhos linda bailarina!

Carina B. disse...

O que não tem nome me consome.

Adorei.

:)

Loridane Melchior disse...

O que não tem nome inventamos, nomeamos erroneamente, transformamos em grunhido.

O que não tem nome vomitamos, lambemos e defecamos.

O papel aceita tudo, sábia Nanda.

E na vida, nos resta torcer para que as palavras com nomes feios, as inominadas ou aquelas de gosto doce diabético não faça de nós papel descartável.

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