terça-feira, 27 de setembro de 2011

Mais ou menos

Quem menos sente, mais sorri.
Quem menos chora, mais se oprime.
Quem menos busca, mais se perde.
Quem menos ousa, mais se agride.
Quem menos é, muito finge.
Quem muito era, já se foi.
Quem muito vai, já era.
Quem muito menos, menos mais.
Mais amor, mais angústias.
Mais angústias, mais abismos.
Mais abismos, mais amor.
(...)
Quem muito existe, pouco vive.
Quem muito entende, pouco sabe.
Quem muito encontra, pouco escolhe.
Quem menos força, mais esforço.
Menos com menos é mais, segundo a matemática dos livros.
Ah, se fosse assim tão simples!  
Juntar os cacos e transformá-los em cactos.
Unir vazios, tornando-os presenças.
Desatar os nós e enlaçarmos nós.
Na multiplicação dos pães, um desejo secreto.
Na divisão dos peixes, o milagre.
Crede e verás! - diz o devoto que ora há horas,
Uma prece sem pressa, por um deus que adeus.  
 

5 comentários:

Talita Prates disse...

eu só creio no a(deus).
e no "a deus dará".

eu adorei o texto...

Beijo, Nandis.

E "vamo que vamo".

Tá.

Carina B. disse...

Quem mais foge, menos se liberta.
Quem muito enrola o outro, acaba preso em si mesmo.

Adorei, adorei, adorei.

Um beijo.

Emerson Donizeti Batista disse...

Belo texto!
...
É, talvez não haja sentido na pressa da prece. Sonharemos sempre com o depois.

Bel disse...

Essa menina que arrasa escrevendo!!!!
Show o texto!
Bjinhos amada Nanda!
Saudades!!!

Marcelo Moreira Marques disse...

Nanda, falar de suas escritas é simples, porque você escreve maravilhosamente bem, parabéns!!! Você é realmente um grande poetiza. E olha só! Os grandes poetas de renome são mineiros, percebeu? Abração, menina!

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