quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Dos contos sem fadas




Era uma vez uma história que nunca (me) aconteceu.
Era uma vez uma história que nunca (te) aconteceu.
Era uma vez o que nunca foi mesmo.

Era uma outra vez tantas histórias não acontecidas.
Eram tantas vezes, foram tantas histórias, que o não acontecido virou desejo para sempre.
Era uma vez o que foi para sempre.
E foi para sempre o que uma vez era infinito.
E foi uma vez que o para sempre virou saudade.
Do que nunca aconteceu, do que foi e não é mais, do que permanece sendo.
Era uma vez o que a saudade não dá conta de dizer...
Porque a saudade, por ser saudade, sempre será uma vez. Única.


14 comentários:

Jéรรy disse...

Com ou sem fadas, os contos de nossas vidas terão sempre saudades reais e profundas de um "era uma vez" que nem "talvez" chegou a ser...

Lindo texto, Nanda!
Tenho vivido um conto sem fadas assim...

Maíra F. disse...

Às vezes acho que essas saudades pré-históricas e ancestrais são de uma dimensão tão distantemente grande que nem as palavras alcançam mesmo. Me identifico tanto com a tua escrita, Nanda, que dá vontade de achar um espacinho entre uma frase e outra e deitar quietinha lá, sabe?

Carol Righetto disse...

Sentimos saudade do que nunca aconteceu, do que foi, do que será.
A saudade vive além...
Bjos

Daiane Rodrigues disse...

Ah eu sempre leio mesmo que não apareço!
Te ler provoca diversos tipos de reações, por vezes risos, por outros me faz pensar "Isso só a Nanda mesmo", por vezes pergunto onde tá guardado seu juízo, etc..
Mas olha gostei -> "Era uma vez o que a saudade não dá conta de dizer...
Porque a saudade, por ser saudade, sempre será uma vez. Única."

Talita Prates disse...

Nan, putz....................
Estou aqui, em estado de completa admiração pelo teu texto.
...................
Posso ficar quietinha........?

[...................]

Beijo.

<3

Carina Destempero disse...

Ai, Nan, que texto tão... real. Pode, contos de fadas assim reais? Tristes e lindos e verdadeiros?
Se pode, vc acabou de escrever um.
Se não pode, também.

Lindo.
<3

bel disse...

Adorei, Nanda

Anônimo disse...

Gostei do conto...

Ayanne Sobral disse...

É tão doce.
Essa sensação que transborda no peito. Palavras tristes, saudades sentidas.

De tão sutil, abrilhanta um pouco toda a ternura que só a alma é capaz de oferecer.
Tão duro e verdadeiro que só quem põe o coração para escrever consegue fazer assim: de forma tão linda, sinfônica, que embala os nossos olhos.


Bailarina das palavras, você.

Ferr disse...

Que texto mais lindo e intenso!
Você como sempre dá um "nó" em meus pensamentos. Nos emaranhados contemplo a beleza de teus dizeres sem ao menos compreendê-los em sua mais completa definição. Sem bem que palavras nem sempre alcançam nossos desejos, creio que suas pernas sejam curtas.
Discordo que a saudade seja única, em mim há muitas... Se espalham por entre fotos, gavetas, armários e bolsas. Quisesse que o coração fosse um cofre para guardá-las em segurança.
Não sabes o bem que me faz ler teus textos.
Bjss

Alicia disse...

"era uma vez, eram duas vezes, eram três vezes..."
meu pai sempre começava as histórias assim, e eu não sei por que tô contando isso, mas me deu um sentimento nostálgico esse seu texto lindo.

Nina disse...

E aquela saudade do que justamente nunca aconteceu?
Abraços.

Lih Santos disse...

O pior de tudo, é a saudade, do que sabe-se que nunca acontecerá!
Beijinhos&Brigadeiros,
LihSantos

Mário disse...

Era uma vez um cara que resolveu procurar um bom blog pra ler e encontrou este dando sopa, ótimo o jeito que você escreve, parabéns, se possível dê uma olhada no meu Blog tb: http://versosdaconsciencia.blogspot.com.br

Beijos

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